Você sabia que quase 70% das mulheres vão ser diagnosticadas com Miomas durante a sua vida reprodutiva? Por isso é importante saber que existem 3 tipos de miomas:
- os subserosos (estão na parte externa do útero);
- os intramurais (estão na parede muscular do útero);
- os submucosos (estão na parte interna do útero).
Esses 3 tipos de miomas podem distorcer a anatomia uterina. Acredita-se que os miomas que não distorcem a cavidade endometrial (a parte interna do útero) não devem atrapalhar a fertilidade.
Uma vez que a gravidez é atingida, um estudo grande com 5500 mulheres não viu diferença nas taxas de nascidos vivos entre os grupos com e sem miomas. Mas será que retirá-los antes de engravidar pode aumentar a nossa chance de ficar grávida?
Um estudo publicado em 2006 com 181 mulheres com miomas < 4 cm viu que a miomectomia não aumentou a chance de engravidar em 1 ano. Em um outro estudo publicado em 2004 com 168 mulheres foi visto que a remoção dos miomas > 5 cm , mesmo que não distorcessem a cavidade, aumentou a chance de gravidez e nascidos vivos. Por conta desses estudos geralmente utilizamos o limite de 4 -5 cm para indicar ou não a cirurgia!
Há também uma dúvida se a cirurgia poderia atrapalhar a fertilidade, pela cicatriz que causaria no útero, e em revisões sistemáticas, nosso maior nível de evidência científica, essa hipótese foi desconsiderada.
E será que a remoção dos miomas que distorcem a cavidade endometrial (os submucosos) melhoram mesmo a fertilidade? A resposta é SIM: dois ensaios clínicos já mostraram uma associação positiva entre a cirurgia por histeroscopia e a taxa de gravidez, porém, para quem tem abortamento de repetição a resposta foi NÃO: a cirurgia não diminuiu a taxa de abortamentos! Provavelmente por que a causa não é endometrial, mas sim do embrião!
Bom, é importante que você sempre converse com o seu médico sobre a real indicação ou tratamento expectante do seu mioma, ele irá avaliar, em conjunto com todo o seu quadro clínico a melhor opção!
*Artigo baseado no Guia da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva publicado em 2017
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